# Folhando revistas...

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Estava folheando uma revista qualquer que encontrei dentro do porta-revistas, enquanto esperava minha vez para cortar o cabelo.

Na verdade acho que não estava muito interessado em ler qualquer coisa... Estava apenas matando o tempo, entrecortado pelas noticias que vinham da TV fixada na parede do salão e pelo movimento dos carros que passavam por lá.

A revista estava desgastada e sem a capa, certamente estava por ali há um bom tempo.
Numa daquelas folhadas desinteressadas acabei esbarrando numa matéria que acabou me prendendo a atenção.

Era sobre algo bastante contemporâneo e ao mesmo tempo de uma abrangência atemporal...

Falava sobre a dificuldade do homem de se estabelecer como indivíduo, no sentido literal.
O ser-humano, acostumou-se a viver em "bandos", em grupos, em tribos, em equipes... dando enfase a formação de sociedades, grupos étnicos, pois dessas uniões geravam-se recursos que possibilitavam a sobrevivência e a evolução de todos.

O autor da matéria - um Dr. alguma coisa, cujo nome não me recordo -, enfatizava que apesar de termos acertado com relação a escolha do modelo, que possibilitou nossa supremacia sobre o mundo, acabou de certa forma, limitando a capacidade criativa-individual.A grande maioria das pessoas do nosso tempo vivem em corporações e valorizam o corporativismo.
As grande idéias acabam se estabelecendo em salas de reuniões e mesmo que tenham sido geradas incialmente por uma cabeça, no final das contas isso não importa já que "o grupo" decidirá qual será seu destino.

Quando você trabalha numa empresa, todas as suas idéias, sejam elas fantáticas ou não, revolucionárias ou banais - guardadas as devidas proporções -, fazem parte sim, de uma pasta chamada "propriedade intelectual", e da qual a mesma detém direitos e poderes.

Se não fosse assim, não haveria razão para o termo "espionagem industrial".

As idéias podem vir de um indivíduo, mas a corporação que paga seu salário não espera outra coisa senão o absolutismo sobre tudo aquilo que possa ser relevante e que fora nutrida em seus campos.

Bom, o "resumo da ópera" é:

1- Pessoas que perdem o emprego e se desligam da vida corporativa, quando demoram para se recolocar, acabam se desorientando e mergulham muitas vezes na depressão.
2- Férias gozadas em épocas "erradas", em que todos os outros estão em plena atividade, acabam se mostram menos proveitosas, pois geram a impressão de inutilidade.
3- Podemos gostar de sossego, mas ninguém aprecia comer num restaurante vazío, mesmo que a comida seja boa - Uma pequena agitação ainda é preferivel ao incômodo "silêncio ensurdecedor".

É isso... Queremos sim, paz e sossego... Mas só por breves períodos - Nunca para a vida toda!

Não conseguiriamos sobreviver sozinhos e solitários no mundo, mesmo que tivéssemos condições monetárias pra isso. O homem precisa de desafios, stress e sarcásticamente, até de alguns "enchimentos de saco".

Até a próxima!

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